Uma das características mais marcantes de Comrades (e das grandes corridas africanas de forma geral) é a maneira que eles segmentam os resultados.
Basicamente, a corrida tem tempo-limite definido de forma bruta – vale a hora da largada, e não o chip. Ao longo do percurso e no final, os corredores precisam chegar a determinados pontos antes de um determinado horário ou, caso contrário, serão retirados da corrida.
Imagine a situação: você corre 90km desde as 5:30 da manhã e, depois de quase desmoronar, consegue se arrastar até a chegada em um pouco mais de 12 horas. Esse pouco mais é o problema: quando o relógio bate as 17:30, um cordão humano fecha a chegada e ninguém mais pode passar. Os corredores que não tiverem completado são desqualificados e não ganham nem sequer uma medalhinha de participação!
Dramático? Sem dúvidas – tanto que, anualmente, o último corredor a cruzar a linha de chegada costuma ganhar mais atenção da mídia do que o vencedor 🙂 Esse drama faz parte do espetáculo – e também é o que mais valoriza essa prova de endurance.
Veja o vídeo feito na chegada desse ano: lá pelos 4:30, já na contagem regressiva, perceba a existência de um organizador com uma arma para cima, sinalizando o tempo limite e gerando uma barreira humana que impede os corredores de chegarem.
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