Alguns dados servem mais como histórico do que como uma forma de previsão de resultados – principalmente no caso de amadores como eu. Assim, pela mais pura curiosidade, acabei compilando os resultados em todas as maratonas que participei (e da ultra de Two Oceans, com 56Km pela Cidade do Cabo) em dois gráficos.
O primeiro refere-se ao tempo total e o segundo, a pace médio. Algumas conclusões que acabei chegando:
– A primeira maratona, aqui em Sampa no ano passado, foi realmente terrível: com febre e sem experiência alguma, acabei quebrando no km 28 e me arrastando até o final. Quase 5 horas
– Ja no Rio, um mês depois, ficou claro o efeito de se correr com a saúde em dia: o tempo melhorou em cerca de 30 minutos (e isso porque chovia torrencialmente lá)!
– A partir daí, a evolução foi seguindo seu ritmo e melhorando em Buenos Aires e Dubai, quando a barreira dos 3:45 foi rompida.
– 2 meses depois de Dubai fui correr a Two Oceans, em Cape Town, de 56km – o percurso mais incrível que já percorri na vida. Queria ver como me saía em uma ultra e o resultado foi animador: cheguei exausto, claro,mas inteiro. Corri os primeiros 46km e, depois, na subida de Constantia Nek, alternei entre correr e caminhar. O pace foi quase igual ao da Maratona do Rio, mesmo considerando se tratar de um percurso altamente acidentado, cheio de subidas e em uma distância bem maior.
– Depois da Two Oceans foi a vez do Rio em 2013. Calor. Muito calor. Quebrei no km 30, tive caimbras, dor de cabeça, fisgadas e tudo que tinha direito. Serviu para que ficasse claro que maratonas tem sempre que ser respeitadas.
– Finalmente, minha melhor marca veio em Chicago, rompendo os 3:40 (e conseguindo com isso, de quebra, uma posição mais privilegiada na largada da Comrades). A força da multidão na torcida, algo que só se encontra nas Majors, acabou sendo uma faca de dois gumes: incentivou bastante a velocidade – mas a tal ponto que acabei me empolgando demais na primeira metade e chegando exausto ao final, já à beira de uma quebra.
Nenhum dos tempos é realmente incrível, mas a experiência proporcionada pela quantidade de maratonas no curto espaço de tempo será a minha maior arma para Comrades. Elas permitiram treinar o corpo e, principalmente, a mente, que passou por quebras devido a doenças e calor, chuvas torrenciais, distâncias fora do comum, subidas, torcidas, neblina e muitas condições adversas.
E, no caminho para Comrades, a soma de condições adversas acaba funcionando como a melhor bagagem.
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