Depois de décadas de sedentarismo, sair para a rua e correr muito provavelmente trará como resultado uma lesão (no joelho, pé, tornozelo ou qualquer outro lugar). Normalmente, a solução imaginada costuma ser gastar rios de dinheiro em tênis super acolchoados – o que também não resolverá. Na verdade, a saúde na corrida depende muito mais do corredor do que de qualquer marca de tênis.
Tudo se resume a uma única coisa: a forma.
E digo isso com total senso de propriedade: desde que comecei, tive apenas uma única lesão que me fez pesquisar as causas e ler sobre elas. Depois disso, joguei fora os tênis mega estruturados, comprei um sem nenhum amortecimento ou drop (o Vibram FiveFingers) apenas por uma questão de higiene (evitando correr descalço) e me concentrei na forma.
Acabei adotando as seguintes regras:
1) Jamais empurrar o chão com o pé para pegar impulso; ao invés disso, busquei erguer o joelho. O impacto diminui substancialmente.
2) Evitar ao máximo aterrissar com o calcanhar, sendo essa a causa primária de lesões no joelho. Ao aterrissar, é importante seguir uma forma mais natural e “cair” com a parte da frente do pé primeiro. Isso diminui (e muito) o impacto negativo nas articulações.
3) Postura sempre reta, evitando se torcer a coluna e, com isso, somar dores novas e desnecessárias.
4) Relaxamento pleno dos membros, tirando tensões que acabariam gerando dores com o passar das horas nas ruas.
5) Braços formando um ângulo reto e sem se cruzar, apenas guiando as passadas e ditando o ritmo.
Com essas cinco regrinhas (e alguma prática), correr deixou de representar um medo de lesões. Pelo contrário: ficou MUITO mais fácil entender o corpo como um todo e garantir a sua saúde.
E, se isso já é algo importante para quem corre 5Ks ou 10Ks, imagine uma ultra de 90km! A forma, nesse caso, é absolutamente essencial.
Claro: nem tudo foi tão simples assim. No começo, penei para mudar uma forma adquirida por anos e anos e tive dores (principalmente no topo do pé quanto na panturrilha) tão intensas que me fizeram questionar diversas vezes se estava no caminho certo. Mas essa é uma história que conto depois aqui no blog: o importante é que, passada a fase de adaptação, correr com forma correta fez toda a diferença até mesmo sob o aspecto motivacional, eliminando um medo que costuma acompanhar corredores em todo processo de treinamento.
Achei hoje um vídeo bem interessante, de menos de 3 minutos, que explica alguns conceitos e princípios básicos nessa linha. É em inglês, mas simples de se entender mesmo para quem não fala a língua:
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