Nos últimos dias, li e postei (aqui) sobre um ritmo de respiração que ajuda a evitar lesões ao alternar o pé que toca o chão no começo da expiração. Em linhas gerais, pesquisas concluiram que o momento em que se expira o ar dos pulmões é o que o corpo fica mais fragilizado e, portanto, alternar o pé que toca o chão durante o processo ajuda a criar uma compensação fundamental para se evitar sobrecarga de um só lado. Assim, o padrão ideal é respirar por três passadas e expirar por duas, repetindo isso como um novo ritmo. Esse modelo ímpar é o que acaba forçando a alternância entre lados direito e esquerdo, resolvendo a questão.
Como, curiosamente, eu sempre tive mais dores de um só lado do corpo, decidi testar hoje, sábado, dia de longão com direito diversas subidas que já se tornaram rotina. Lá fui eu descendo até a Sumaré, dando uma volta pelo Parque Jardim das Perdizes, outra pelo Parque da Água Branca, subindo via Pacaembu até a Dr. Arnaldo e descendo novamente até a Henrique Schaumann, atravessando a Rebouças, subindo a Augusta até a Paulista e encerrando a corrida em uma Starbucks que fica na Haddock Lobo.
No começo, pegar o ritmo da respiração custou um pouco – mas logo ele entrou em automático. 3-2-3-2. Quando subidas eram íngremes demais, o ritmo virava 2-1-2-1, depois voltava ao 3-2-3-2. Após 1 hora, parecia que eu nunca havia corrido de outra forma!
E o mais impressionante é que uma dorzinha que sempre aparecia ao final de longões – leve, mas existente – não dava nem sinal de vida! É verdade que existe a possibilidade de eu ter ficado empolgado demais com esse novo método ao ponto de sugestionar uma espécie de “cura mágica” mas, verdade seja dita, a sensação que tive foi a mesma de quando me acostumei a correr com uma forma mais correta, pisando com o meio do pé ao invés de com o calcanhar.
E, claro, se algum mínimo efeito já se mostrou real em uma corrida de 20K, imagino então como será depois de meses de treinamento e em uma ultra dificílima como Comrades, em seus 90K.
Agora é manter o padrão novo, prestando especial atenção para manter a respiração pela barriga ao invés do tórax, e verificar os efeitos no longo prazo.
Enquanto isso, coloco abaixo percurso e mapa altimétrico da corrida de hoje, com 375 metros de subida no total: