Há dias em que o corpo simplesmente não quer acordar cedo para correr um longão.
Como todo fim de ano, a rotina começa a ficar extremamente puxada para mim no trabalho, com dezenas de tarefas se empilhando, viagens atravessando o cronograma, dias crescendo até virarem noites. Essa semana foi especialmente cansativa, somando 3 manhãs iniciando às 4 (uma por conta de uma viagem e outras duas por conta da minha filha, que decidiu madrugar), e dois treinos intensos na quarta e quinta que não deram tempo de descanso necessário.
Resultado: acordei hoje, sábado, com olhos ardendo de cansaço, algumas dores remanescentes na musculatura e vontade zero de sair. Mas, enfim, longões são sagrados para uma rotina de treinos para ultramaratona. Troquei de roupa e saí porta afora.
Já nos primeiros K’s as pernas pareciam muito, muito pesadas. Insisti. Peguei a rota com mais ladeiras, descendo até a Sumaré, seguindo ao Jardim das Perdizes e voltando por Perdizes, Cardoso de Almeida acima.
O único ponto positivo da corrida foi que, mesmo considerando o cansaço, não senti tanto as ladeiras. Com a prática, parece que elas estão começando a entrar na rotina e, mesmo íngremes, exigindo menos esforço aeróbico. Não que eu consiga voar Cardoso de Almeida acima – mas foi absolutamente e confortavelmente viável fazer o trajeto todo a um pace de 5’30″/km.
Com isso em mente, cortei um pouco o caminho e voltei para casa, transformando os 23K previstos em pouco menos de 18K. Cheguei cansado, com vontade de dormir, mas feliz por dois motivos: por estar começando a vencer as ladeiras e por ter conseguido ceder às demandas do corpo ao invés das regras da planilha (algo difícil para qualquer corredor viciado no conceito de “endurance”).
Ainda há muitos meses de treinamento pela frente e insistir no cansaço, a esta altura, decididamente não parecia uma decisão sábia.
Se tudo estiver melhor amanhã – incluindo algumas fundamentais horas de sono a mais – é possível que eu recupere alguns dos quilômetros pelo Ibirapuera, trocando a volta dentro do parque pela trilha de fora, mais bonita e vazia. Se não der… não deu. Fica para a semana que vem.
Por hora, o que pretendo mesmo é continuar o dia descansando!
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