Vendo e revendo o vídeo do Tim Noakes, acabei pensando em mim mesmo. A comparação foi inevitável: a dramática corrida na esteira na qual quebrei e as duas corridas que fiz em Salvador (longão e regenerativo) sob um sol escaldante e umidade assassina.
O regenerativo foi o melhor exemplo de todos – principalmente porque “renerativo” foi o último nome que se pode dar. Em pouco menos de 1 hora e 20, fiz cerca de 14km. como o percurso foi pelo litoral norte de Salvador, saindo da Praia de Pituaçu e chegando na Praia do Flamengo, havia pouquíssimos lugares abertos para comprar água. Em um trecho específico, já próximo à chegada, em que dunas se enfileiram à esquerda, mato e mar à direita, asfalto fervendo abaixo e um azul sádico acima, achei que fosse evaporar por completo.
Ainda assim, o ritmo foi mantido até o final e cheguei até a fazer um split negativo, mesmo considerando que o plano era uma corridinha leve.
Gráfico e mapa de percurso abaixo:
Na esteira, por outro lado, não consegui durar nem meia hora e já estava esbaforido, pedindo clemência aos Orixás!
Qual a diferença entre um e outro? Afinal, dificilmente a sala de ginástica estaria mais quente e úmida do que o verão soteropolitano entre 10 e 11 da manhã!
A mente, claro. E o ambiente, externo, que parece tirá-la de um estado de monotonia perversa e jogá-la na liberdade plena. Livre, ela parece permitir que pensamentos voem melhor, chamar endorfina com mais entusiasmo e, claro, fazer render mais cada passada. Com um sorriso.
Comrades terá um elemento mental altamente favorável: o fato de ser uma das corridas mais icônicas do mundo, com milhares de pessoas participando e outras tanto torcendo. Esse ponto, pelo menos, ficará muito a meu favor enquanto sigo no caminho entre Maritzburg e Durban!
Deixe um comentário