Há corridas que são simplesmente péssimas. Mesmo com céu azul, tempo sobrando e clima agradável, o corpo não responde.
A endorfina não faz efeito.
O estômago reclama.
A mente pensa em fazer meia volta o tempo todo.
Um pouco de náusea aparece do nada.
O percurso parece mais longo.
O esforço parece maior, como se estivesse em plena prova de 10K – mas, ao olhar o relógio, seu pace está no ritmo mais lento que consegue se lembrar.
Corrida, claro, sempre depende da infinidade de fatores que compõem o dia – e nem sempre eles estão a seu favor. O lado positivo é que, se conseguir cumprir a programação inteira, lutando contra todos os pequenos demônios internos que cismam em pedir clemência, você estará treinando não apenas o corpo, mas a mente.
Aguentar e seguir correndo apesar de estar sendo constantemente perseguido pelo temido muro, afinal, é sempre um tipo de habilidade que se precisa dominar antes de começar uma ultra.
Hoje foi exatamente assim. A mente venceu o corpo e, apesar da exaustão e de algum mal estar, o que restou foi aquela sensação de missão cumprida sempre bem vinda.
Hora de descansar.