Há algum tempo, um amigo comentou comigo sobre um treino realizado de madrugada para adaptar o corpo a privações de sono e, consequentemente, a provas de (realmente) ultra distâncias. Comrades não precisa de algo tão radical assim – afinal, ela ocorre na prática de sol a sol, sem a necessidade de se varar madrugadas.
Ainda assim, treinos feitos com o corpo cansado acabam servindo para prepará-lo para momentos em que “parar” pode ser a única palavra que vem à mente.
Ontem, aqui em Brasília, tive um jantar-reunião que se estendeu até depois da uma da manhã – sendo que já havia acordado às 4 para pegar o vôo de SP para a capital federal no mesmo dia. Estava, obviamente, cansado.
Hoje tinha uma reunião às 9 e um treino programado de uma hora.
Resolvi encarar. Levantei às 6, depois de 4 horas de sono, e rumei para o Parque da Cidade.
Comecei dialogando com o corpo: “40 minutos já basta hoje”; “Tempo? Impossível!”; “Ritmo lento, apenas para manter o pace fluindo”; e assim por diante.
Mas, de repente, quando o sol começou a raiar no cerrado traze do aquele cheiro de manhã e um céu azul típico de Brasília, tudo mudou. Esqueci o relógio e simplesmente fui.
Quando ele apitou o início da tempo run, acelerei quase que naturalmente. Encaixei o pace na casa dos 4’30” por 20 minutos. Dei a volta. Estiquei mais alguns minutos.
A endorfina fez efeito, o dia ficou mais bonito e até o jantar da noite anterior ficou menos cansativo.
Completei o dia com 1h10 de corrida praticamente ignorando a exaustão acumulada que, agora, enquanto escrevo esse post, parece uma lembrança distante.
Parece que a mente realmente está ficando treinada a se impor ao corpo e a fazê-lo se sentir como ela mandar.
Isso sim foi um treino bom!
Já testei treino parecido e realmente não gostei… hehehehehe Você provavelmente ficará em Durban, então nos anos de descida temos que acordar muito cedo. Será a minha primeira assim, mas quem fez relata pouquíssimas horas de sono. Acho que a melhor estratégia é regular o fuso pra tentar dormir muito cedo. abs
Oi Álvaro! Eu arrumei um hotel em Maritzburg para a véspera da prova – então conseguirei espremer mais umas horinhas de sono. Quero estar no melhor estado possível para a largada!
Ricardo,
Acompanho a leitura do Alvaro Reis, aos poucos vou adaptando o corpo a dormir mais cedo, assim, quando a prova é “up run”, como me hospedo em Durban, é necessário levantar no meio da madrugada, tomar café da manhã(grada) e pegar o ônibus para subir até Pieter. Sem contar com a ansiedade!!! Ultra abraço e bons treinos!!!
Dionisio Silvestre
http://correrpurapaixao.blogspot.com.br/