Dia de longão é sempre algo próximo do sagrado. Você acorda cedo em um sábado, se troca ainda no escuro e sem fazer nenhum barulho para não acordar os outros e, ainda em silêncio, começa uma jornada de horas pelas ruas da cidade, mergulhado em si mesmo.
Poucas coisas são mais zen e intensas do que passar mais de 3 horas correndo sozinho.
E quando se consegue mudar de ares, o sagrado fica mais divertido, empolgante. O meu, hoje, foi no Guarujá (litoral paulista) – e ver o mar por si só já ajudou a dar uma carga extra na já elevada motivação.
Saí da ponta da praia de Tortugas e me mandei, com o mar à esquerda, meio sem destino. Não conheço bem o Guarujá, mas passei por diversas praias e morros, por um forte, por mares bonitos e córregos feios.
Bem cedinho, o céu estava carregado de salitre, meio indefinido e olhando uma praia deserta – embora pontilhada por alguns outros corredores. Mas, na medida em que o tempo foi passando, pessoas apareceram, salitre cedeu e um sol decidido começou a torrar o chão. Foi quente.
No calor, o pace caiu um pouco e chegou a uma média cravada de 6min/km. por 3h10, totalizando assim 31,74km no dia.
Cheguei, claro, cansado, sedento e esfomeado (mesmo porque esqueci o Gu em casa, lá em Sampa). Mas cansaço passa.
O que fica, no entanto, é a certeza de que treinos longos assim são muito mais feitos para a mente do que para o corpo – e essa é talvez a lição mais importante que tenho aprendido em toda a minha jornada a Comrades.
Amanhã tem mais!
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