Sábado cedo, já em terras soteropolitanas, saí para uma corridinha leve de uma hora (já que boa parte da rodagem foi concentrada no meio da semana).
Constatação número 1: umidade pode ser uma barreira BEM mais difícil do que se imagina.
Tudo bem: estava com as pernas cansadas e o corpo meio moído por uma viagem em que tudo deu errado – incluindo 4 horas de atraso e barraco dentro do avião da (ARGH!) TAM. Mas parecia que meu tênis havia sido substituído por um calçado de chumbo!
Cada passo custava caro, fiquei banhado de suor já nos primeiros metros e tudo estava mais difícil. Diferentemente das outras vezes que corri aqui, não fiz o trajeto de Farol a Farol. Saí diretamente da casa de meu pai, no Caminho das Árvores, e cortei pelo meio da cidade até chegar na orla.
Correr pelas ruas da capital baiana em um sábado de manhã dá uma visão diferente da cidade: nada de trânsito, de buzinas ou mesmo do abençoado mar de Yemanjá que banha essas praias. Ao contrário: uma vida mais lenta, margeada de árvores e calçadas meio descalças, o ar de ressaca que domina os primeiros raios de sol em dias de Carnaval. Nada de música, de trio, de barulho: uma paz incrivelmente silenciosa dominava todas as vias dos bairros que, de repente, pareciam ter sido transportadas para um distante interior.
E, assim, fui a passos tão cansados quanto a cidade percorrendo 10km. No caminho, embora curto, acabei entrando em uma sintonia tão plena com minha Salvador que, ao chegar, parecia que toda a exaustão havia se transformado em saudade.
Constatação número 2: endorfina encontrando nostalgia é um dos efeitos mais maravilhosos que se pode sentir.
Amanhã tem mais. Mas mais tarde porque, afinal, sou baiano e estou em pleno Carnaval.
Rumo a Comrades 2022 