Dia de descanso costuma ser o dia que mais acordamos moídos.
Tornozelos, joelhos e todas as articulações pareciam duras hoje, como que coladas aos membros; pés reclamando de dor; olhos insistindo em permanecer fechados.
Mas, ainda assim, foi bom acordar na segunda sabendo que não emendaria um treino após a sequência de sexta-sábado-domingo.
Sempre ouvi que descanso também é treino – mas nunca isso ficou tão claro quanto na preparação para uma ultra. Desde que acordei – há pouco tempo, diga-se de passagem – dá para sentir os músculos se reparando, as articulações voltando ao que deveriam ser e o corpo correndo para se normalizar e se preparar para a semana.
Em paralelo, a exaustão física aos poucos vai cedendo espaço para a vontade de tomar as ruas – principalmente quando se passa por algum parque com pessoas correndo. E domar essa vontade é que passa a ser o desafio do dia.
Em algum post anterior aqui no blog, defini o treinamento para Comrades como “aprender a fazer o corpo ficar submisso à mente” (pois não se corre 89km apenas com as pernas).
Não deixa de ser irônico que, para isso, tenhamos também que pontilhar o processo de aprendizagem com momentos em que é a mente – ansiosa pela sua dose de endorfina – que precisa obedecer as imposições e limites físicos do corpo.
Uma boa engrenagem, ao que tudo indica, é sempre interdependente.
Deixe um comentário