Ao sair para a rua ontem, estava cansado. Não só por serem 5 da manhã em ponto – horário que viabilizou correr e pegar o vôo de volta para Sampa às 8:30 – mas pelas dores musculares que já começam a se acumular.
A região do tendão direito é a que mais está sentindo. Não é nenhum tipo de lesão ou nada grave (espero!), mas aquela pontadinha chata, que parece se agravar logo depois que se corre e desaparecer na medida em que o corpo descansa.
Assim, meio dolorido e preocupado com a eventual gravidade da dor, saí pelas ruas de Joinville. A ideia era fazer algo na casa de 1h20 em ritmo lento, quase trotando. E funcionou bem no início, quando o corpo estava frio e ainda brigando com o próprio ato de despertar.
Até que, de repente, a mente voou e comecei a viajar em projetos novo, ideias e planos para a empresa nos próximos meses. Diálogos se passaram na cabeça, roteiros de ação, metas, compromissos. Tudo com a leveza que todo plano motivado carrega, incluindo doses fortes de inspiração vindas do vento.
Resultado?
Basta olhar o gráfico de pace acima (ignorando apenas as faixas coloridas que aparecem nele, com o amarelo equivalente à tempo run que cortei recentemente da planilha como um todo).
Ao invés de manter o trote, o corpo foi se acelerando por conta própria até alcançar a velocidade da mente. Não tentei acelerar – ao contrário, todo esforço que fazia quando me dava conta do ritmo era no sentido de desacelerar. Mas, ainda assim, terminei mais rápido do que pretendia. E trouxe comigo uma lição: o nosso melhor acelerador natural não é a perna, o jogo de braços ou nada relacionado à biomecânica, mas sim a mente.
Se ela se descolar do corpo e começar a viajar por conta própria, o corpo entrará em um ritmo confortável, ideal para ele naquele momento e desconsiderando qualquer tipo de esforço “consciente” de controle de pace. E, ao encontrar o seu ritmo perfeito, entrará em estado total de sincronicidade.
Isso até pode parecer óbvio depois que se pensa no assunto – mas, olhando os resultados práticos, principalmente dada a forma que estava me sentindo antes de começar o treino, foi algo que realmente me surpreendeu.
E me deu também um elemento a mais de “controle” de ritmo para a Comrades: aprender a deixar a mente correr por conta própria. Descontroladamente.
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