Achando o meio termo

Às vezes, só o que a gente precisa é voltar à rotina.

Fechei a semana passada cansado de viagem e com leves (porém preocupantes) pontadas no joelho e tornozelo direitos, em grande parte devido ao acúmulo de corridas em morros lá em Austin.

Em tese, parar era algo que deveria ser considerado, ao menos por um tempo. Mas parar, no meio de um treinamento para ultra, é a penúltima possibilidade a se considerar (a última sendo alguma lesão mais tensa). Tive um papo sério com o corpo. Bem sério.

E o que decidimos foi apenas exigir um pouco menos dele – mantendo o volume dentro do planejado e maneirando na intensidade. Já havia decidido cortar as tempo runs e, ao menos nessa semana, cortei também os morros. Fui leve, mantendo um ritmo confortável e fixo.

Fiz a planilha e, até o dia de hoje, corri um total de 37,6K. Amanhã, dia de longão, tenho 3h55 lá pela USP, além de 1h00 no domingo. O longão será longo mesmo, mas administrável.

O lado bom é que, hoje, tanto a dor no joelho quanto no tornozelo já desapareceram por completo. Nem sinal de problema no ar: até mesmo o cansaço evaporou, sinalizando que a estratégia deu bons resultados.

Treinar para ultramaratona tem as suas sutilezas: é impossível passar pela fase de pico sem conviver com algum tipo de dor em algum momento – e é fundamental entender onde se desenha a linha a partir da qual se deva realmente poupar o corpo.

Se parasse por uma semana poderia comprometer o treino; se forçasse mais, poderia me lesionar e comprometer a Comrades.

O meio termo foi apenas diminuir o ritmo até o ponto em que o corpo se sentisse melhor. E, ao menos aparentemente, está funcionando.