Em algum lugar na Web, li que esses poucos meses que antecedem a Comrades devem ser marcados por longões que, embora cada vez mais longos, terminem deixando a sensação de que ainda poderíamos correr mais. Parece uma espécie de contrasenso: como, afinal, passar horas e mais horas na rua e, ao chegar, sentir energia para passar nela mais outras horas e horas?
A resposta é simples: treinamento.
Hoje fiz o meu longão mais longo nessa jornada, de 4h05 e fechando 40K. Foram três voltas na USP, além da ida e vinda até a minha casa. No total, foram cerca de 500m de ganho altimétrico (inserindo aí três subidas do Matão) e um ritmo confortavelmente encaixado na casa dos 6:10/km.
Inclui pausas para caminhada (em geral, 1 minuto a cada 3km) e procurei seguir leve, sem muita preocupação com o tempo e pensando mais na vida e nas decisões que precisaria tomar nos próximos dias. De repente, o tempo voou.
E cheguei de volta em casa exatamente como deveria: cansado, claro, mas com a sensação de que ainda aguentaria mais alguns quilômetros se fosse necessário.
O ultramaratonista Dionísio Silvestre, que escreve no Correr é Pura Paixão, me disse há algum tempo que a parte mais empolgante do treinamento para Comrades é sentir o corpo se fortalecendo a cada semana. Ele estava coberto de razão: fazer quase uma maratona e sentir energia para rodar mais um pouco é mesmo um comprovante de que tudo está indo bem e que o preparo para a prova está sendo bem feito!
A propósito: passar 4 horas na rua foi um teste perfeito para saber a quantas andavam as dores que apareceram desde o final da semana passada. Não senti nenhuma delas, em nenhum momento. O joelho está perfeito e o tornozelo, idem.
(foto da subida do Matão, na USP: íngreme, mas muito bonita)
Ricardo,
Parabéns pelo belíssimo treino. O caminho é este!!! A propósito, a cada dia, com a cautela e o entusiasmo de participar da Comrades, mente e corpo entram em perfeita sintonia. Ultra abraço e bons treinos!!!
Dionisio Silvestre
http://correrpurapaixao.blogspot.com.br/