Correndo com camaradas

Eu sempre treinei sozinho. Ou quase sempre: por um breve período de 3 meses, ano passado, me juntei a uma assessoria – mas acabei saindo.

Não sou muito de treinar em equipe: o ato de correr é tão zen para mim que, durante 90% do tempo, mergulho em mim mesmo e passo horas lá dentro do cérebro. Amo isso.

Mas, às vezes, a noção de pertencimento a algum grupo faz falta. Quando se busca participar de uma prova tão importante como a Comrades é para mim, fica sempre aquela vontade de compartilhar isso com algum amigo, com alguém próximo.

E, sem desmerecer ninguém, compartilhar experiências de uma ultra funciona mais entre ultramaratonistas justamente por não acharem que estamos fazendo algo tão insano que o resultado certamente será uma lesão e/ ou uma internação psiquiátrica. Aliás, falo tão pouco dessa prova na vida pessoal que a maioria dos meus amigos sequer sabe que participarei (e mesmo muitos dos que acompanham essa jornada pelo blog ou Facebook nem sabem meu nome real).

Virtualmente não tenho do que me queixar: afinal, boa parte dessa camaradagem surgiu para mim aqui no blog, onde acabei “conhecendo” corredores como o Dionísio Silvestre, Álvaro Reis, Nato Amaral, Alex Cysne, Rodrigo (que aparece mais lá na página do Facebook) etc. Espero encontrar a todos lá em Durban e ao longo da jornada (embora o Alex, se não me falha a memória, não vá esse ano).

Mas, no asfalto, o papo é outro. No asfalto, quem corre solo permanece solo, meio isolado em seus próprios pensamentos. Ou pelo menos era assim que eu me sentia até algum tempo atrás.

Passei a fazer os meus longões (e parte das corridas de semana) com a camiseta de Comrades nesses últimos dias e, curiosamente, tenho cruzado com outros Comradeiros ao longo do percurso, também portando no peito o logo da prova. Gente que não tenho ideia de quem seja – mas que sempre deixa um olhar cúmplice ou um leve aceno que diz “estamos juntos nessa”. São poucos instantes de olhares cruzados – mas que representam muita, muita coisa.

Ouvi várias pessoas dizerem que poucos nomes tem tanto a ver com uma prova quanto esse, uma vez que a camaradagem entre corredores é uma experiência nitidamente marcante. Só não imaginava que isso fosse ocorrer dias antes e milhares de quilômetros distantes da largada!

Bom… isso só reforça duas coisas: o orgulho e a ansiedade crescente em participar!

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3 comentários em “Correndo com camaradas

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  1. Valeu a menção. E não tenho certeza se, no sábado, enquanto eu pedalava, vi você correndo. Não sei se você foi para a USP e muito menos sei se era você. Mas acho que nos veremos em Durban mesmo. Ou nesse sábado na USP, que será o meu último treino antes do embarque. Falando da camiseta, você conseguiu fazer com o Edu que eu te indiquei? Shosholoza! Nato

    1. Deve ter sido eu mesmo – estava lá na USP sim! E estarei novamente neste sábado. Não sei se vc estará pedalando alucinadamente ou correndo mas, se te encontrar te alcanço para dar um oi!

      A camiseta foi feita com o Edu sim – valeu pela indicação!

  2. Ricardo,

    Para nós Brasileiros, a festa começa a partir do aeroporto de Guarulhos. Acredito que encontrarei o amigo na quarta-feira (28.05.2014). Ultra abraçoe nos vemos no caminho!!!

    Enviado por Samsung Mobile

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