Todo desafio de endurance, principalmente os mais longos, tem pelo menos um ponto de quebra absoluta. É quando o estresse vem à tona, quando a mente consegue duvidar do corpo, quando o arrependimento por ter começado começa a gritar por todos os poros do bom senso.
Lágrimas, mau humor e cansaço exagerado aparecem como um martelo quebrando as perspectivas do sonho iniciou o desafio. Mas – também em toda prova de endurance – basta resistir e a tempestade passa.
Basta segurar as pontas e continuar: sem pausas, sem tempo para se repensar decisões, ignorando a dor e a lógica. Depois disso, como que por mágica, a quebra passa.
Todos os momentos ruins viram lembrança e são superados, curiosamente, pelo orgulho de terem sido superados. O segundo dia dos Unogwajas trouxe a quebra com tudo que tinha direito: foi como se todos os atletas tivessem entendido, de uma vez só, a enormidade do desafio pela frente. Pelo que deu para entender do vídeo, alguns chegaram à beira da desistência. Mas persistiram.
O terceiro episódio, publicado hoje de manhã e com a jornada feita ontem, trouxe a calma, a segurança. Dá para perceber isso não apenas nas palavras dos Unogwajas, mas nos olhares, calmos e fixos, concentrados; no silêncio, como se todos estivessem fazendo as pazes com suas próprias mentes; no senso de determinação.
Acompanhar, ao vivo, uma jornada assim, é uma espécie de lição de vida para todos. E, dentre todos, eu diria que nós, que estamos prestes a nos encontrar com eles na largada de Comrades – e que também passaremos por pontos de quebra e de superação – nos destacamos.
Vejam episódio 3 e mapa do percurso abaixo:
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