Correndo da inquebrantabilidade do corpo

Na quarta passada enviei um email para o meu treinador, Ian, perguntando sobre quando ele subiria novas planilhas. Afinal, mesmo em recuperação, a próxima meta é daqui a um mês, na Maratona de São Paulo.

Para a minha surpresa, ele se surpreendeu: já havia planilhas lá faz tempo, incluindo toda uma série de intervalados e tiros já a partir da terça (quando qualquer atividade além de me arrastar até uma cadeira parecia algo sobrehumano).

Ok: meu treinador certamente me confundiu com o Wolverine. Preciso dizer para ele que minha composição não é de amianto e que não me chamo Kilian Jornet.

Farei isso daqui a pouco, em um call que teremos às 9.

Mas, depois desse papo, resolvi retomar a planilha programada dele pelo menos em parte. Na sexta, fiz um treino leve, de uma hora. No sábado, um longão de 2 horas com direito a uma hora de tempo.

Esse cansou mais do que o normal, diga-se de passagem.

No domingo, decidi por uma pausa para descanso.

Mas mesmo isso, diga-se de passagem, não funcionou tão bem: continuo exausto.

Conclusão: ainda estou com peso demais na musculatura para retomar os treinos como se nada tivesse acontecido. E, embora tenha a Maratona na segunda quinzena de outubro, está na hora de reduzir a quilometragem um pouco e de dar mais tempo ao tempo. Uma lesão por estresse certamente não ajudará.

É curioso como o corpo tem o seu próprio tempo, o seu ritmo. Quando voltei de Two Oceans, levei uma semana e meia sem conseguir me mover direito; de Comrades, uma semana; da Douro Ultra Trail, alguns dias.

O tempo de recuperação parece diminuir com a experiência – mas isso traz um risco diretamente proporcional de se achar um superhomem e de ignorar os sinais claros que o corpo dá.

E, se há algo do qual eu realmente precise correr, é dessa falsa sensação de “inquebrantabilidade do corpo”.

Já já reorganizo o treino. Vamos ver como será.

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4 comentários em “Correndo da inquebrantabilidade do corpo

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    1. É meu treinador, Ian Corless. Ele gere um podcast fantástico focado em ultra, o TalkUltra (www.talkultra.com), e treina alguns atletas. No meu caso, o treinamento é a distância uma vez que ele é britânico (e mora na Inglaterra). Mas isso não atrapalhou em nada: fiquei bem contente com o ritmo e os resultados do período entre a última Comrades e a Douro Ultra Trail (www.douroultratrail.com), na semana passada. Agora é ver como o mesmo modelo se aplica para a próxima Comrades e para os desafios até lá!

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