Há corridas que são cotidiano; e há corridas que são a mais pura inspiração.
Hoje, por conta do trabalho, amanheci o dia no Rio – sob um céu sem nuvens e uma temperatura pouco acima dos 20 graus.
Perfeição pura.
Embalado pelo som das ondas, fui quase flutuando pela orla. Leblon, Ipanema, Arpoador, Copacabana com o Pão de Açúcar ao fundo…
Fui desviando de outros corredores, de bikes, de ambulantes que começavam, ainda com alguma preguiça, a montar os seus negócios praianos.
O som dos carros, reforçado por uma ou outra buzina deslocada, era rapidamente apagado pelo conjunto de barulhos do mar: ondas, pássaros, passos e sotaques cariocas passeando pelas pedras portuguesas tão típicas do Rio.
Hoje era dia de tiro. Nem precisei me esforçar: o vôo pelo calçadão era natural, interrompido apenas de vez em quando pela preocupação com eventuais tropeços. Natural quando se corre olhando fixamente para os lados, varrendo a paisagem retina adentro ao invés de se focar no asfalto à frente.
Ao todo, seriam 45 minutos por volta das 6 da manhã. Estiquei para 1 hora: as pernas não queriam deixar o Rio.
Busquei uma água de côco ao final. Voltei lentamente para o hotel. Bebi cada átomo de salitre que pude, aspirando a paisagem e o clima da Cidade Maravilhosa.
Ao todo, fiquei apenas um dia e uma noite no Rio – o suficiente para encher os pulmões com a energia que só os lugares mágicos têm.
Agora, no entanto, já estou no aeroporto voltando para Sampa, onde um dia intenso de trabalho me aguarda.
Mas tudo bem: foi um dia que começou no calçadão carioca. O que mais alguém poderia pedir aos céus em uma terça-feira qualquer?
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