Já escrevi sobre isso antes e repito agora: a capacidade de regeneração do corpo é algo impressionante. Basta treinar e ele se condiciona a tudo.
Esse ano tive já duas ultras em provas, mais ou menos 4 ou 5 durante treinos, somadas a algumas maratonas e a meses que empilharam milhares de quilômetros corridos. Lesão? Nenhuma.
Ao contrário: agora, sábado de manhã, estou me preparando para um longão com direito a esticadas intensas, em ritmo de prova, com as pernas totalmente frescas. Nada de dor muscular, de fadiga ou mesmo de preguiça.
Tudo está tão perfeito que chega a assustar.
Hora agora de ir à USP, respirando o ar úmido e nublado de Sampa, colocando o pensamento em dia, organizando a vida e deixando a endorfina fluir pelo sangue, entorpecendo sentidos e sorrisos.
No final, acho que o resultado de tanto esforço, de tanto suor e de tantas planilhas, não é traduzido nas quase pueris medalhas conseguidas em provas. O resultado é, pura e simplesmente, conseguir aproveitar melhor cada passo dado em uma corrida qualquer, traduzindo quilômetros em pensamentos menos ofegantes e mais arejados; ruas e trilhas em paisagens, não em metas; ritmo acelerado em evolução quase inconscientemente natural ao invés de ditado por relógios e apps de smartphone. Treinamos corrida justamente para conseguirmos correr como se não estivéssemos treinando, mas brincando.
Afinal, quando condicionamos bem o corpo, acabamos também condicionando – possivelmente ainda melhor – a mente.
Acompanho seu site há algum tempo e já vi aqui excelentes posts, mas esse pra mim foi excepcional.
Também compartilho da sua ideia. Corremos não para ganhar medalhas ou impressionar os amigos no Facebook, mas corremos porque encaramos isso como um modo de vida. Parabéns.
Valeu Carlos! Acho que às vezes levamos um tempo para entendermos isso mas, quando a ficha cai, todo o ato de correr realmente muda!