Perfil altimétrico detalhado do percurso de subida (up-run) de Comrades

Sempre gosto de estudar alguma prova alvo que pretendo fazer, seja ela qual for. Não foi por outro motivo, aliás, que comecei esse blog lá no ano passado, quando me preparava para a minha primeira Comrades.

Ano passado, no entanto, foi percurso de descida. Esse ano é o inverso, o que faz do evento uma prova quase que totalmente diferente. Informações sobre ela?

Sempre se vai achar muita coisa sobre Comrades: vídeos motivacionais, planilhas de treino, relatos, fotos etc. Mas dificilmente se acham perfis altimétricos mais detalhados do que o que existe no site (que, diga-se de passagem, é bem genérico).

Bom… decidi pesquisar por aqui. Não achei tanta coisa – mas consegui alguns dados legais a partir de três bases diferentes que coloco abaixo.

Screen Shot 2014-10-03 at 6.32.17 PM

Como já se sabe, a rota parte de Durban até Pietermaritzburg, entrando no interior sul-africano. Não será exatamente uma linha reta: ela pega a estrada e vai obedecendo todas as ondulações da região emblematicamente batizada de Valley of 1.000 Hills (ou vale dos mil morros).

O ganho altimétrico acumulado é meio controverso. De acordo com a MapMyRun, são 1.166m ao longo dos pouco mais de 87km, chegando a uma elevação máxima de 822m. O gráfico é esse, abaixo:

Screen Shot 2014-10-03 at 6.32.33 PM

Screen Shot 2014-10-03 at 6.32.41 PM

O amigo Dionísio Silvestre, que correu o mesmo percurso, chegou a um ganho altimétrico diferente em seu Garmin, de 1.891m.

A, para confundir mais, o site RunningAHEAD disponibiliza um mapa bem detalhado e que diz que o total de subidas soma 2.934m.

Veja abaixo (ou clique aqui para acessar a versão interativa):

Screen Shot 2014-10-04 at 9.41.18 PM

Ou seja: o mesmo percurso medido por três ferramentas diferentes soma quase 1.800 metros de DIFERENÇA.

Seja qual for o dado que preferir considerar, uma certeza você pode ter: Comrades é toda corrida no asfalto duro e a extensão das subidas é mais assassina do que os seus gradientes de inclinação. Apenas para exemplificar: as duas primeiras, logo no começo, tem 14km e 18km, respectivamente. É quase fazer uma maratona inteira de subida na primeira metade da prova.

A sugestão principal, portanto, não poderia ser outra: treinar subidas em velocidade, diminuindo assim o tempo que pernas, pés e pulmões serão maltratados nesse início de percurso.

Uma observação sobre os ratings de dificuldade altimétrica do mapa: a escala vai de 5 (mais fácil) a HC (mais difícil, depois da 1). Todos os ratings precisam que as subidas tenham pelo menos 500m de comprimento e um gradiente mínimo de 3%. A partir daí, uma análise combinada de distância com elevação vai determinando a complexidade; o nível HC, em geral, tem cerca de 16km de comprimento e pelo menos 8% de inclinação).

8 comentários em “Perfil altimétrico detalhado do percurso de subida (up-run) de Comrades

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  1. Ricardo,

    Acompanho a sua predileção por estudar a prova alvo. Na minha ótica, ao estudar as subidas e descidas do percurso, o corredor otimiza o gasto energético no decorrer do desafio, em especial, quando estamos falando de ultramaratonas.

    Quanto ao ganho de elevação do percurso “up run”, penso que há controvérsias. A título de ilustração e no propósito aquilatar a discussão, estou anexando o link do Garmin 910XT, que corresponde a minha prova de 2013, onde o dispositivo registrou o ganho de elevação próximo de 1900 metros de ganho.

    http://connect.garmin.com/modern/activity/323169700#tab-stats

    Ultra abraço e divirta-se com os dados,

    Dionísio Silvestre
    http://correrpurapaixao.blogspot.com.br/

    1. Oi Dionísio! Bom ponto. Realmente achei pequena a altimetria mas, como estava lá tb medido por um Garmin, confiei. Talvez sempre tenha mesmo alguma diferença – mas confio mais na sua medição!

    2. Dionísio, atualizei o post incluindo os seus dados e outros que recebi do Nato. Ficou mais “confuso” pelas diferenças entre as três medições – mas também mais completo. Valeu pela contribuição!

  2. Ricardo,

    Fala, meu amigo.

    Eu já te passei esse link antes? https://www.runningahead.com/maps/100de428958e48f0b23b456cc169cab7

    Tenho certeza que você vai adorar! Eu, pelo menos, fico “viajando” pelo percurso da Up Run, principalmente na região da chegada. Eu somente chamo a atenção que, por questões de logística, trânsito e estratégia da Organização, de uma Up Run para a próxima é possível que o último quilômetro tenha pequenas variações, mas nada muito significativo. A chegada da Up Run é muito mais bonita!

    Forte abraço, Nato

  3. OI,

    Eu (mente e corpo) preferimos subidas. Achei o down run um massacre que não pretendo repetir…

    O estádio do final up run é menor, mas concordo com o Nato, a chegada é ainda mais especial. Não se preocupe tanto com a altimetria. A maioria dos trechos não é muito inclinado. A Polly Shortts é realmente dureza, mais pela localização do que pela inclinação. Se fosse no km 10, não assustaria tanto. O pessoal prefere caminhar muito, mesmo no início. Eu discordo… E quando passar na festa da green mile acho que acabou aquela subida quase infinita…

    Ah, estarei em SP no domingo! abs

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