Mais de 30 graus, sol a pino, céu sem nuvens.
A planilha mostrava apenas um trote regenerativo de 45 minutos para fechar a semana com um volume menor do que a anterior e já entrar no “mini-polimento” por conta da Maratona da semana que vem. O bom senso mandava obedecer: o longão de ontem não foi exatamente perfeito, para dizer o mínimo. A mente concordava: nem de longe quero fazer outra maratona de rua antes de Comrades, o que significa que tenho uma só bala na agulha para me qualificar – e que será disparada em exatos 7 dias.
Mas o coração, às vezes, ignora tudo isso. 45 minutos? O plano foi por água abaixo no instante em que olhei o céu, liguei o relógio e montei o percurso na cabeça.
Foram 13km em 1h15min, parte em rota sem nenhuma cobertura e parte pela trilha do Ibirapuera. E, embora eu até quisesse trotar, o pace mandava em si mesmo e se encaixava, sozinho, na casa dos 5’30″/km.
Foi absolutamente perfeito. Calor gerando suor, sol queimando a pele, olhos ardendo levemente pelas gotas que erravam o caminho do chão e entravam pelas pálpebras, cheiro de mato pulando da trilha para as narinas.
Cansei e estou com dores certamente maiores do que estava ontem. Não tenho dúvidas de que, hoje, fiz tudo errado.
Mas errar assim, às vezes, faz um certo bem.
Inspira.
Se não regenera a musculatura, regenera a alma.
E eu bem que estava precisando.
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