Se tem uma coisa que aprendi no mundo das ultras é que cada um dos corredores tem um motivo forte que os levou para as ruas e trilhas. Seja alguma doença grave que marcou o passado, a morte de algum ente querido ou a libertação de algum tipo de prisão mental em que viviam, todos foram empurrados para os seus tênis mais pelo coração do que pelo corpo.
Correr por correr, afinal, é algo que pode ser feito em uma voltinha simples pelo parque mais próximo. Correr por 10, 12, 15 horas a fio, mergulhando em si mesmo e sentindo a vida pulsar mais forte em cada passada, é para quem tem motivos que costumam ir além de uma mera busca por saúde (até porque, convenhamos, não dá para dizer que esse seja o mais saudável dos esportes).
E, embora a relação entre rua e pessoa seja algo totalmente individual, livre, há sempre aqueles marcos mais importantes, emblemáticos, sagrados. No mundo das ultras há o Ultra Trail du Mont Blanc, a Western States, a Marathon de Sables, a Comrades. Claro: corridas há aos montes: mas poucas conseguem superar essas quatro no tanto de significado catártico que elas trazem entre as linhas de largada e chegada.
Dessas, a organização Comrades é possivelmente a que mais entende o tanto que ela representa não apenas para os sul-africanos mas também para todos os amantes desse esporte, por todo o mundo. E, recentemente, junto com a patrocinadora da edição de 2015, eles lançaram uma campanha recente chamada #IComrades. A proposta é simples: acompanhar a trajetória de 4 corredores, com características e motivações diferentes, até a conclusão da rainha das ultras.
Os primeiros vídeos estão na playlist abaixo.
Agora é esperar os próximos passos.
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