No ano passado, essa semana foi o pico do meu treinamento. Incluiu uma ultra de longão (se não me falha a memória, de 50 ou 60K) e uma série de treinos que bateu nos 100km rodados.
Claro: era a minha primeira Comrades. Na verdade, era a minha primeira ultra acima dos 56K, o que significava uma falta de experiência grande.
De lá até cá já foram inúmeras ultras em distâncias diferentes e, claro, a experiência acabou me inserindo em uma espécie de zona de conforto positiva. Já sei melhor o que tenho que fazer no treinamento, o que evitar e como interpretar os sinais do corpo.
Vim de uma ultra de quase 90K há menos de um mês: exagerar, agora, seria burrice. O que fiz então? Mantive a semana posterior baixa, na casa dos 40K, e logo depois subi para 80 (semana passada) e 95 (nessa). Tenho inserido mais subidas, o que está fazendo bem: no geral, correr morro acima está bem mais fácil hoje do que era no passado. Excelente dado que o percurso esse ano será o de up-run.
Me parece que, agora, a meta é me manter mais ou menos por essa casa pelo menos pelas próximas duas semanas, sem muitos exageros e trabalhando apenas a velocidade.
Esse “me parece” que digo é importante: meu treinador, Ian Corless, que havia sumido na semana passada, continua sem dar sinais de vida (exceto por justificativas furadas para não subir os treinos). Faltando menos de 40 dias para a Comrades, isso certamente não é nada legal. Hoje, no entanto, eu desisti de mandar emails cobrando planilhas e bate-papos: mendigar atenção não costuma trazer bons resultados.
A partir de hoje, conto com a experiência adquirida nos últimos anos para guiar a minha própria reta final até a largada, em Durban, na manhã de 31 de maio. E quer saber? Estou até confortável com isso.
Afinal, tecnicamente, estou em um ponto MUITO parecido com o que estava no ano passado, como os gráficos abaixo mostram. A diferença é que, agora, a estrada a mais acumulada sob os pés pode me garantir uma prova melhor.
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