Até essa semana, o plano era diminuir volume gradualmente, substituindo-o por intensidade até a boca da Comrades.
Era.
Já na quarta passada, os efeitos de uma breve gripe me pregaram na cama de maneira impressionante. Troquei a corrida da manhã pela noite – mas não foi a mesma coisa. Estava cansado, dolorido.
No dia seguinte, não consegui sequer fechar a 1h30 programada. O peso nas pernas subiu pelo corpo e virou uma espécie de desmotivação.
Hoje, sábado, teria 3h para fazer seguidas de 2h no domingo.
Foi só não conseguir, novamente, acordar cedo, e mudei tudo. Hora de ouvir o corpo.
Por hoje, saí às 10:30 e fiz menos de 2h de treino em um ritmo confortavelmente ágil, na casa dos 5’40″/km. Para amanhã, descanso.
Ao invés de fechar a semana com 85K, o farei com pouco mais de 50K.
Forçarei um descanso breve, mais intenso, no corpo e na mente.
E, na prática, aplicarei um remédio parecido ao que usei na Ultra Estrada Real: um tapering invertido.
Ao invés de diminuir o volume por 3 semanas até explodi-lo na corrida, o cortarei agora e passarei as próximas semanas recuperando terreno.
Verdade seja dita, o tapering tradicional, aquele ajuste fino às vésperas de uma prova grande onde se cai em quantidade para buscar um corpo mais leve na largada, nunca funcionou bem para mim: tive de dores fantasmas a gripes súbitas.
A única vez que realmente larguei bem em uma ultra foi agora, em abril, na UER. Por que mudar então, principalmente quando o corpo está dando sinais claros de que forçar não será uma boa ideia?
Pois bem: é hora então de voltar para as planilhas e refazer os planos.
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