Hoje é a véspera.
O calçadão de Durban já amanheceu coalhado de corredores liberando a ansiedade pelos pés, cozinhando suas tensões nessas poucas horas que faltam.
Mas, como comentei no post de ontem, a melhor coisa de se estar em um paraíso como a África é poder curtir cada instante que ele proporciona. E, por essas bandas, isso inclui um pequeno trekking pelas montanhas Drakensberg, passeio que fiz junto com o Nishi, que também buscava algo diferente no dia.
O nome zulu da região, na realidade, é uKhahlamba: Drakensberg, que significa “espinha do dragão” em Afrikaan, idioma dos bôeres, veio depois.
O trekking em si é curto, de cerca de 1 hora – perfeito para o dia. E a vista… essa é indescritível. Rochedos gigantes parecem brotar de todo lado, contrastando com um céu densamente azul e uma vegetação híbrida, montanhosa, do tipo que tenta sobreviver em condições complicadas. Pelo chão, pequenos arbustos parecem abrir caminho para tocas de veados da montanha. Fezes espalhadas indicam que eles moram por aqui, dividindo a área com onipresentes babuínos e com um ou outro leopardo. Estes, ainda bem, preferiram não das as caras.
E isso foi só o aperitivo: dentro da caverna principal, uma das maiores coleções de pinturas rupestres contam a história dos primeiros homo sapiens. Primeiros mesmo, diga-se de passagem, considerando que estamos no berço da humanidade.
É incrível como realmente se consegue ler a história a partir de imagens: todos os seus hábitos, suas crenças e seus cotidianos estavam ali, expostos, nítidos como poucos livros conseguiriam deixá-los.
E tudo completamente conservado, intacto, naquelas condições que nos deixam inspirados. Difícil descrever em palavras, até. Melhor deixar essa tarefa para as fotos que pareciam nascer por conta própria!
Agora… bom… agora é descansar as pernas para fazer a minha segunda Comrades amanhã!
Republicou isso em Rumo às Trilhas.