A primeira doação

Veio de uma amiga.

De uma amiga que não corre, que não conhece a Comrades, que não está envolvida ou engajada com esse nosso tão sagrado esporte.

Há causas, no entanto, que superam qualquer tipo conhecimento específico: há causas universais.

No mesmo instante que eu postei sobre a minha seleção para os Unogwajas de 2018, essa minha amiga se identificou com a causa de suar em nome de comunidades carentes, miseráveis, em um tipo de estado que deveria inexistir para a espécie humana no século XXI.

No mesmo instante, ela foi ao site, doou sem pedir nenhum tipo de recompensa, compartilhou esse projeto em suas redes sociais, usou a sua voz para amplificar o coro que começou com a seleção deste time na manhã da última sexta-feira, 8 de setembro de 2017.

E, por mais que eu tivesse me candidatado para esse projeto depois de já ter abraçado a mesma causa, depois de ter acompanhado e contribuído com as jornadas dos outros Unogwajas desde 2012, depois de ter entendido que o papel do time inteiro transcenderia o esporte, foi somente com essa primeira doação que comecei, de fato, a entender o todo.

Foi essa primeira doação, afinal, que efetivamente tangibilizou o imaginário, que deu contornos reais a algo que existia apenas na abstração dos meus próprios sonhos.

Foi essa primeira doação, afinal, que me fez ver e sentir os efeitos práticos do meu próprio esforço: a captação de meios objetivos, reais, concretos, para melhorar as vidas de comunidades carentes lá do outro lado do Atlântico.

Confesso que me senti orgulhoso.

E sim, sei que parece egoísta falar de orgulho em uma história cujo papel é ajudar os outros, as pessoas que o Acaso decidiu parir em lugares e situações tão mais tenebrosas que as nossas. Mas que importa isso?

Essa primeira doação também me ensinou algo fundamental: há egoísmos que conseguem se superar e se transformar em uma espécie de ferramenta para se altruismar, para mudar realidades que precisam ser mudadas no mundo, para fazer surgir algo de melhor nas pessoas que nos cercam.

O orgulho de ser um Unogwaja se enquadra bem nessa definição.

Torço, agora, para que muitas sensações semelhantes apareçam ao longo dos próximos meses: cada uma delas, afinal, significará a realização de mudanças muito bem vindas ao nosso mundo.

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4 comentários em “A primeira doação

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