Uma das minhas provas alvo este ano era o Mountain Do do Saara, em novembro. Ela nasceu, confesso, como plano B: o que queria mesmo era fazer a Marathon de Sables e seus 250K pelo deserto em diversos dias… mas as datas simplesmente não se encontravam com as viabilidades.
Aí me inscrevi na MD, paguei tudo, montei planilha, me virei como pude. Teria pouco tempo: entre chegar em Casablanca, voar até o meio do deserto, correr e voltar, seriam apenas quatro dias. Era o que a agenda permitia, afinal, e o que parecia minimamente viável. Estava empolgado.
Até que…
A Air Marroc decidiu cancelar o vôo de volta e passá-lo para quatro dias depois.
Eles até deram hotel para esse tempo a mais (obviamente), se desculparam e tal… mas complicou a vida.
Tentei de tudo, desde cogitar a opção de voltar de ônibus do Saara até Casablanca (no que fui fortemente desaconselhado) até outras opções de vôo (todas inviavelmente caras). Fiz contas. Fiz planos. Fiz até esperanças.
Mas, no fim, me deparei com a inevitável conclusão de que seria inviável esticar minha estadia por tanto tempo.
Cancelei.
Hora de seguir adiante.
No dia 19 de novembro, mesma data em que eu estaria deslizando pelas areias do deserto, haverá a Maratona de Sorocaba. Me inscrevi: será meu qualify para a Comrades.
Devo ser o primeiro corredor do mundo a trocar o Saara por Sorocaba.
Rumo a Comrades 2022 