Saí da assessoria em que estava treinando.
Verdade seja dita, já sabia desde o início que a adaptação seria algo difícil tendo em vista que, ao menos na corrida, sempre fizera minhas próprias planilhas e elas sempre funcionaram bem para os meus objetivos. Por outro lado, sabia também que, para o Unogwaja, seria necessário um apoio a mais já que meu pedal estava longe de ser aceitável.
Assim, mergulhei de cabeça: fui em todos os treinos, colei nos treinadores disponíveis para pegar os toques necessários, cacei meu lugar nos pelotões e… cansei.
Pois é: simples assim.
Não estou falando de cansaço físico, claro – esse faz parte de qualquer treinamento. Estou falando de cansaço mental mesmo, de enjoar de ficar rodando três vezes por semana no mesmo trecho de, aproximadamente, 3km.
Sim, havia tiros envolvidos; sim, havia uma técnica a sendo ensinada; mas não, não tinha nada a ver com o que eu buscava e com o meu estilo de esporte.
Para mim, percurso é, talvez, a parte mais importante de um treino: ele precisa variar, ensinar coisas novas às retinas, demandar movimentos diferentes e menos mecanizados do corpo. E rodar por horas a fio em torno do mesmo trecho controlado decididamente não se encaixa nisso, como também não me preparará para pedalar por quase dois mil quilômetros em estradas abertas na África.
Meus planos, agora, se adaptaram.
Continuarei indo à USP às terças e quintas cedo, mas desenhando percursos maiores, mais variados e minimamente mais exigentes, principalmente em subidas. Continuarei nas aulas psicodélicas de spinning às quartas. Alternarei rotas em estrada aos sábados, seja em Romeiros, seja no Riacho Grande, seja na Serra de Campos do Jordão.
E, claro, seguirei correndo minhas planilhas de segunda a quinta, com longões aos domingos.
Ritmo puxado? Sem dúvidas. Mas nada como uma variação visual de quando em quando para manter a motivação sempre alta.
Hoje, minha USP foi assim, com algumas voltas de 10km. E quinta? Quem sabe? Decidirei lá mesmo!
Deixe um comentário