Zzzzzz….

Há dias em que a gente simplesmente não consegue ignorar o corpo.

A previsão de ontem era para chuva nessa madrugada. Dormi cansado, moído, com dores por músculos que eu sequer sabia que tinha. Mas acordei pontualmente às 4:15 da manhã, pronto para ir à USP e rodar a uma hora que eu tinha previsto para hoje.

Uma hora. Menos que o normal, já que estou entrando no período de regeneração e polimento para a Maratona de Sorocaba, no dia 19. Em tese, seria mais fácil e rápido e, por isso, me arrastando de sono, levei-me a mim mesmo até o carro.

Cheguei na USP. Quase a contragosto, coloquei a roda da frente da bike, calcei sapatilhas, coloquei luvas e capacetes e parti para o aquecimento.

Garoa fina.

Pensei em desisti, circulando entre as dores e o cansaço tão extremo.

Desisti de desistir, vislumbrando a planilha.

Repensei, concluindo que, afinal, estava justamente em uma semana feita para recuperar o corpo.

Terminei o aquecimento exagerado de 10km rodando em círculos pela bolinha, uma espécie de rotatória com cerca de 1km de circunferência bem no meio da USP.

Resisti.

Fui até a Rua dos Bancos, de onde costumo pegar minha rota pelas subidas e descidas.

A garoa apertou.

Olhei em volta: estava praticamente sozinho, fora um ou outro ciclista espalhado pelos quilômetros.

Olhei para o relógio, 12km rodados, menos da metade que o planejado.

Repassei as dores. O sono que cismava não só em não passar, como também em aumentar.

Descobri uma dor de cabeça súbita.

Fui fisgado por uma estranhíssima fome, coisa que raramente sinto nos treinos cedos uma vez que estou totalmente habituado a fazê-los em jejum.

Suspirei.

Desisti.

Peguei o primeiro retorno, cortei a garoa – que agora, resolvia fazer graça e diminuir – e voltei até o carro.

Desparamentei-me. Tirei a roda da frente da bike. Guardei-a no carro. Entrei.

Voltei para casa.

E agora vou dormir um pouco mais.

Há dias em que, mesmo que insistamos muito, simplesmente não conseguimos resistir às exigências do corpo.