Em casa

Foi a primeira coisa que fiz depois de acordar aqui em Niterói: sair para correr no calor que escalda essas bandas.

Não tinha muito tempo: dormi até depois das 10 e precisava estar de volta no horário do almoço. Sem problemas: correr é o mais fácil, prático e versátil dos esportes.

Em instantes estava já na rua, devidamente descamisado e deixando o sol deixar suas marcas, seguindo de Itaipu a Itacoatiara.

Calor.

Muito calor.

Maravilhoso calor.

Reconheci morros antigos, cogitei trilhas cor de esmeralda. Não havia tempo. Segui.

Virei à esquerda. Segui.

Em menos de um quilômetro, de repente, o paraíso: pedras imensas se ergueram pelos lados e um mar azul brilhante se estendeu perante meus pés.

Ao mesmo tempo, o cheiro inconfundível do salitre dominou as narinas e se acomodou pulmões adentro, deixando aquela sensação maravilhosa de se estar em casa. Em casa: perto do mar.

Costeei o cenário sempre olhando para a direita, para o horizonte azul que se estendia quente, úmido, intenso.

Fui emganado pelos paralelepípedos: bêbado com a paisagem, tropecei e tomei um tombo cinematográfico. Me levantei.

Sacudi a poeira, deixando apenas alguns grãos de areia que cismaram em se colar ao corpo. Levava comigo um pouco da praia.

O suficiente para que eu voltasse, mesmo que levemente dolorido, inegavelmente feliz. Em 5 ou 6 quilômetros, estava de volta em casa.

Suspirei, pingando suor e endorfina.

Era apenas o primeiro dia.

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