A resposta: a ermo.
Foi assim que corri na inimaginável, deslumbrante, embasbacante e inesquecível Veneza.
Acordei, como de costume, com tudo escuro. Liguei o GPS, olhei para a frente, escolhi um lado qualquer e segui.
Não tinha destino certo, mas alguns pontos isolados que queria conferir. A pequena estátua da Tetrarquia Romana, que os venezianos saquearam de Constantinopla lá pelo século XIV. A San Marco vazia. As ruelas estreitas entre pontes sobre canais. Os canais. O sol nascer.
Os fantasiados loucos parados como paisagem congelada no exótico carnaval veneziano. O mármore dos palácios.
A arquitetura única das igrejas velhas.
A suntuosidade.
Os canais errados.
As gôndolas balançando à espera do dia, dos turistas, dos movimentos.
Os pombos esperando juntos.
Os sons das malas que começam a chegar na cidade, arrastando suas rodinhas pelas pedras dos chãos.
As escadarias sobre os canais.
Mais canais.
As belezas impressionantes que guardam tanta história, tanta era de importâncias que sequer conseguimos entender.
As ruelas e as tantas mortes que certamente já testemunharam, seja por sangue, por peste, por tempo.
E o tempo, assim, sem rumo, passou.
Me perdi por 1h20 nas ruelas e canais de Veneza. Quando me encontrei 11km depois, na porta do hotel, estava me sentindo como que abençoado por essa cidade tão, tão singular.
Deixe um comentário