O day-off na sexta passada, acabei descobrindo, tinha um propósito maior: marcar uma mudança importantíssima no processo de treinamento rumo ao Unogwaja.
Até então, praticamente desde que comecei, tudo girava em torno de construir endurance sobre a bicicleta: semana após semana, mês após mês, meu volume em quilômetros e horas crescia incessantemente enquanto a corrida, meu esporte primário, era realmente relegado a uma espécie de segundo plano.
Nesse período, acabei me “acomodando” (se é que essa palavra possa ser aplicada) a médias de 280 a 310km semanais de pedal, boa parte deles girados em longões de 5 a 6 horas pelo Riacho Grande ou pela intensíssima Estrada dos Romeiros.
Aparentemente, está funcionando. Na mesma medida em que as minhas medidas de fitness têm crescido, o corpo tem se acostumado ao cansaço e até o prospecto de pedalar por tantas horas consecutivas passou a entrar na normalidade, assustando cada vez menos.
Agora, no entanto, estamos entrando no final de março – e chegou o momento de conciliar esse tempo no pedal com um acréscimo fundamental na corrida. Não podemos esquecer, afinal, que o Unogwaja termina com os 90km da Comrades – 90km repletos de pontos de corte, acrescente-se.
E, assim, o próprio domingo já abriu sem bike e com uma meia-maratona na planilha, maior longo que tive em muito tempo.
Nessa semana, minha sexta terá duas sessões sobre os tênis: uma de 15km pela manhã, outra de 15km à noite. Isso, claro, sem mexer nas tantas horas de bike que me habituei a ter e que seguirei tendo ainda por algumas semanas.
Em programas de treinamento assim, nos habituamos a comemorar cada fase vencida como se fosse uma prova inteira. Essa, portanto, já o foi.
Agora é caçar um novo equilíbrio no corpo, que certamente se cansará de maneiras diferentes e mais intensas, por pelo menos mais um mês.
Hoje é dia 19 de março.
No dia 27 de maio eu embarco para a Cidade do Cabo, de onde largarei para a etapa do pedal no dia 31.
Falta pouco mais de dois meses para essa minha aventura no coração da África.
A esta altura, e principalmente com essa mudança de fase, já começo a senti-la, a tangibilizá-la, de maneira muito mais concreta.
Parabéns pela disciplina nobre amigo. Forte abraço e que os bons ventos soprem a favor desta reta final de preparação. Shosholoza – !!@@!!
Shosholoza!!!