Rotinas, afinal, são rotinas.
E rotinas de treino ignoram agendas, épocas do ano, dias tumultuados de reuniões.
Às 4:15 da manhã, como em todas as terças e quintas, o despertador tocou.
Ele já nem precisa gritar seus ruídos estridentes como no começo: hoje, apenas toca com a suavidade de quem se sente quase desnecessário, ciente de que pálpebras se abrirão sozinhas de qualquer modo.
Como em todas as terças e quintas, levantei ignorando os já igualmente resignados protestos de Morfeu.
Coloquei frequencímetro, vesti bretele e camisa, desci até a garagem, liguei o carro e me movi metronomicamente, mecanicamente, quase inconscientemente, até os portões da USP.
Às 5:05, como em todas as terças e quintas, estava sobre o selim ouvindo o vento me relatar velocidades e ladeiras.
Às 7:00, pouco mais de 50km já haviam sido devorados.
Às 7:31, atrasado, entrei em casa.
Banho.
Café da manhã.
Brincadeiras com minha filha mais nova, de 11 meses – a mais velha já estava a caminho da escola.
Beijos na esposa e na bebê.
Trabalho.
E assim se inicia mais uma terça igual a todas as terças e quintas. Pelo menos desde agosto do ano passado.
E pelo menos até os últimos dias de maio deste ano.
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