O pico, ainda bem, passou. Foram 877km pedalados de sábado a sexta e mais 50km corridos no sábado passado – um simulado perfeito para que o corpo desenvolvesse um entendimento aproximado de como será a rotina na África.
Aproximado, claro: tanto distâncias quanto geografias e temperaturas lá serão muito mais severas; por outro lado, as paisagens serão inigualáveis e a companhia dos meus irmão Unogwaja, parceiros nessa jornada que começou em setembro passado, extremamente bem vinda.
Como será o treino nesses próximos 20 dias antes do meu embarque para o Cabo? Nem ideia ainda.
Sem planilhas enviadas pelo treinador, entendo que agora seja hora de entrar naquela fase de polimento leve, diminuindo o desgaste e recuperando as condições ideais para enfrentar o Unogwaja.
Seja como for, há uma sensação sem paralelos de já ter cumprido uma parte importantíssima de toda a jornada se consolidando em mim. Treinamentos para provas de fogo como o Unogwaja tendem, por motivos óbvios, a serem pesadíssimos. Não economizaria um único átomo de densidade nos adjetivos, aliás: foram médias acima de 15 horas semanais de pedal e corrida, meses sem um único dia de descanso, intensivões profundos em um esporte absolutamente desconhecido para mim – o ciclismo – além de imprevistos, perigos e improvisos tão constantemente necessários.
Não quero comemorar o fim dessa etapa antes do tempo: ainda restam 20 dias e dizem que celebrações antecipadas dão azar. Mas não há como não extrair do peito pelo menos um único suspiro fundo de missão comprida cumprida.
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