Às 7, Miguel Netto – uma das maiores lendas da história do Unogwaja – Ros, sua esposa, e Lee, parte do time deste ano, se encontraram conosco na porta do hotel. O objetivo: um pedal para girar as bikes recém-desembaladas e montadas pelas ruas de Cape Town.
Foram dois ‘wows’.
O primeiro quando, ainda nos primeiros minutos escuros do percurso, me dei conta de que finalmente estava ali, pedalando entre lendas cujas histórias eu conhecia apenas da Internet e das bocas alheias.
Naquele mesmo pelotão, cortando o frio do Cabo, estávamos finalmente juntos em uma espécie de versão esportiva da ONU: Brasil, Nova Zelândia, Singapura, África do Sul. Todos respirando a mesma adrenalina, bebendo a realidade que finalmente chegava, sorvendo cada gota de experiência entregue pelos deuses.
Até que, com o nascer do sol, veio o segundo ‘wow’.
Espalhando uma camada fina de nuvens com seus raios multicoloridos, o sol decidiu roubar todas as atenções ao exibir, orgulhoso, sua criação: ondas rosnando para rochedos, montanhas subindo até o céu, camadas verdes costeando o asfalto e cedendo espaço a casas cinematográficas por todos os lados.
Era tanta beleza por tantos lados que, por vezes, até esquecíamos de ordenar palavras certas em frases incertas. Apenas babávamos, todos, sobre aquelas cenas que cismavam em atacar olhos e corações.
Green Point. Camps Bay. Hout Bay.
Subidas. Descidas. Curvões. Retões.
Só maravilhas.
Foram, provavelmente, os 40km mais bonitos que já pedalei na vida.
E ainda há muita, muita África pelo caminho.
Unogwajemos.
É a mais pura verdade a frase que nosso amigo Nato Amaral verbaliza: “Esse camarada, Ricardo Almeida, digita as resenhas enquanto pedala e corre… só pode”. Sensacional guerreiro, me transportei para dentro da sua aventura. Forte abraço e tenha uma excelente jornada!!!
Kkk Valeu mestre!