O último post que fiz aqui foi há mais de 15 dias.
Não foi à toa: a aventura lá na África me fez repensar tanto as minhas próprias metas e ambições endorfinadas que me peguei em uma espécie de encruzilhada.
O que fazer agora?
Voltei do Unogwaja com a absoluta certeza de que nunca mais chegaria perto de uma bike. Em pouco menos de uma semana já havia me inscrito ou programado para ultras que vão de Bertioga-Maresias à BR135+ à MIUT à próxima Comrades, somando aí provas em praias, em serras, em montanhas perdidas no meio do Atlântico e em estradas cruzando o sudeste africano.
Encostei a bike em casa e calcei os tênis.
Desenhei novas rotas e horários de treino por São Paulo.
Voltei a treinar, meio que reconstruindo o corpo para esses novos desafios.
Até que…
Até que descobri que esses não eram desafios o suficiente. A essa altura, desafios deixaram de ser medidos “verticalmente”: não se tratava mais de aumentar distâncias de ultras ou de diminuir o intervalo entre elas.
O jogo, aparentemente, havia mudado mais rapidamente que minha capacidade de entendimento de mim mesmo.
Porque senti saudades da bike e a inseri de volta na rotina.
E incluí também a natação, esporte que não fazia há décadas, na rotina.
E me peguei babando sobre vídeos de triathlons que iam do famoso Ironman aos extremos Norseman.
E concluí, um tanto pasmo comigo mesmo, que o que queria mesmo era horizontalizar os desafios, era diversificar provas e propostas de superação.
Isso tudo, claro, sem desconsiderar Bertioga-Maresias, BR ou Comrades (embora a MIUT tenha entrado no território da dúvida).
Sim: isso significa que meus treinos têm sido meio heterodoxos, jogando fora toda a teoria da especificidade ao abraçar, simultaneamente, triathlon com ultras. Há longões de 30, 40km? Sim – juntamente com pedais e braçadas em outros dias.
Mas, curiosamente, por mais que eu esteja bem cansado do desgaste físico, tenho terminado cada treino com um sorriso aberto.
Ainda não sei o que, exatamente, pretendo desenhar para meu futuro esportivo – mas sei que estou curtindo cada gota de suor desta esquisita jornada de redescobrimento.
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