Eu já havia esquecido de como era o estilo de treino para ultras longas como a BR135+.
Normalmente, encaixamos em planilhas para provas que vão de maratonas até ultras de 90K toda uma série de intervalados, tiros e fartleks. Há volume, claro – mas ele acaba sendo balanceado com algum tipo de estímulo à velocidade para que se cruze logo a linha de chegada.
Quando se ultrapassa a linha das 100 milhas de distância, no entanto, o jogo é outro. Ao invés de se aprender a acelerar, aprende-se a caminhar, a resistir e persistir pelo máximo possível de tempo, a manter-se em movimento ainda que em velocidades irrisórias.
Nos treinos, isso significa que o foco no volume praticamente anula a pressão pela intensidade. Há, digamos, 40km a serem percorridos no dia? Perfeito: eles podem durar o quanto quiserem e incluir quantas pausas para caminhadas forem necessárias.
O corpo, afinal, já está fadigado, dolorido, mastigado pelo volume – e exagerar no ritmo costuma ser uma receita perfeita para lesões. Isso sem contar com o tal do princípio da especificidade: por que diabos forçar acelerações supersônicas quando, na prova, o que efetivamente determinará o sucesso será o pace da caminhada?
O lado bom disso tudo? Para quem corre pelo prazer de correr (e não necessariamente pela determinação em diminuir ao máximo o tempo entre ponto a e ponto b), treinos para provas assim costumam se encaixar como uma luva no estilo de vida.
É como se o alto volume, de repente, ganhasse uma leveza simplesmente incomparável.
Muito bom ! parabéns !
Enviado do meu dispositivo Samsung
Valeu Wilson! Tomara q o esforço se pague lá na BR!