A vantagem das ultras sobre o triathlon

Há um problema em se treinar para triathlon que nunca havia me ocorrido antes (por pura falta de experiência ou raciocínio): a organização.

Porque treinar para ultras é relativamente fácil: basta colocar um tênis qualquer e sair para a rua por um tempão. Aliás, essa é a maior beleza da corrida: ela é simples, tão natural que nada além da própria energia se faz necessária.

Mas com a natação? Difícil treinar sem um pedaço de água por perto. Na bike é pior ainda: além do equipamento é preciso ter à mão algum local relativamente seguro para se poder rodar.

Quando está viajando, então, tudo fica ainda mais complicado.

Triathlon exige algo bem mais intenso do que disciplina: exige capacidade de se manter uma rotina rígida, preferencialmente imutável.

É o oposto, de certa forma, ao mundo das ultras. Nelas, a viabilidade dos treinos é sempre tanta que basta se ater à disciplina de encaixar os treinos em alguns dos dias da semana – independentemente do local ou da hora. Vai-se além, até: como ultras têm doses naturais de aventura, deve-se até buscar uma variação.

Fiz isso por anos desbravando os mais distantes parques e picos de São Paulo (ou de onde quer que estivesse). Cheguei até a contratar tours de corredores em locais para os quais viajei, mesclando turismo com corrida pela história das cidades mais incríveis que já conheci.

Disso, não nego, sinto muita falta. Há uma dose cavalar de liberdade embutida na corrida que nenhum outro esporte consegue sequer chegar perto.

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