Semana passada eu falei sobre a vantagem das ultras sobre o triathlon.
Confirmo cada palavra… mas um capítulo só dificilmente conta uma história inteira.
Porque há todo um outro lado a se levar em conta também.
Treinar para ultras inclui liberdade e variedade? Sem dúvidas – mas também carrega suas limitações.
Poucos são os esportes que nos presenteiam com a sensação de vôo como o ciclismo. Pedalar nos dá um controle sobre o ar, nos permite cruzar e cortar os ventos naquele comecinho de chão do céu. Pedalar compensa a falta de liberdade prática com uma sensação de liberdade extrema, daquelas que certamente apenas os pássaros sentem.
E nadar? Quando se começa a dominar as técnicas certas, nadar se transforma em um corte elegante das águas, em um deslize motorizado pela força do pensamento. Inclui idas e voltas incontáveis pelos poucos metros de uma piscina ou passeios pelos tantos quilômetros do mar tendo apenas o autocontrole pela forma como guia fixo dos pensamentos. É sublime.
E é aí que está a vantagem do triathlon: na soma da liberdade da corrida com o domínio dos ares no ciclismo com o corte reto das águas na natação.
Poucos são os esportes que permitem se juntar os quatro elementos – a terra, o ar, a água e o fogo que surge de dentro de nós mesmos – como o triathlon.
Pura perfeição endorfinada.