Estes últimos 12 meses foram muito, muito singulares para mim. Embora tenha já dedicado anos às ultras, foi nesse período que concentrei dois dos desafios que, até pouco tempo, considerava como excepcionalmente fora do meu alcance: o Unogwaja, em junho do ano passado, e a BR135+, em janeiro deste ano.
As descobertas que vieram desses dois desafios foram de uma intensidade esmurradora, eliminando a linha que costuma separar esporte de aventura, possibilidades de impossibilidades, desejos utópicos de realizações práticas.
Isso é positivo? Sim, sem dúvidas: nos ensina que limites são apenas conceitos abstratos, ensinamentos de uma espécie de fanatismo realístico coletivo que podem facilmente ser questionados, driblados, contraprovados.
Mas há também o seu lado mais negativo, talvez como tudo na vida. Depois de suar por das seguidos, desbravando países inteiros e descobrindo tanta coisa sobre o mundo e sobre si mesmo, como se contentar com o cotidiano? Como ficar satisfeito com o dia-a-dia, como não se entediar com provas de rua tradicionais, como saciar a vontade de continuar descobrindo mais do mundo e de si mesmo?
Quando se cruza alguma fronteira mais simbólica entre o possível e o impossível acaba-se, fatalmente, descobrindo que o impossível é muito mais divertido.
O que fazer agora, então?
A única resposta que me ocorre é achar novos impossíveis.

Que ótimo. Aguardando seus novos desafios “impossíveis” para me deleitar com seus relatos.
To na pesquisa intensa aqui! 🙂