De todas as edições que eu já participei, essa de 2019 talvez tenha sido a mais perfeita para se observar estatísticas.
Ela não foi gelada no começo, antes do sol nascer: a temperatura, aliás, estava tão amena que nem foi necessário largar com aquela malha tradicional que todos costumamos descartar após alguns km de percurso.
Ela também não foi quente: o céu belissimamente azul que se prendeu ao cosmo durante todo o dia fez os termômetros baterem, no máximo, nos 25°.
Com isso, a população esteve em massa no percurso. Participação popular na Comrades é tradicional, eu sei: mas nunca vi tanta gente na torcida quanto neste 2019. Foi de uma energia ímpar.
Por fim, houve o percurso de subida. Uns dizem ser mais fácil, outros mais difícil… mas o fato é que continuam sendo quase 90km Africa pelo vale dos mil morros, com mil subidas e mil descidas.
Em suma: nem quente nem fria, sem chuva, cheia de gente, de subidas e de descidas, a edição de 2019 foi provavelmente a mais perfeita para se observar as estatísticas e tê-las como um parâmetro médio da rainha das ultras. Vamos a elas:
Estatísticas gerais
- Inscrições: 25.000
- Não qualificaram para a prova: 3.288 (13,1%)
- Não largaram: 2.642 (10,6%)
- Não concluíram: 2.631 (10,5%)
- Concluíram: 16.439 (65,8%)
Concluintes por tempo
O gráfico abaixo ilustra o volume total de concluintes por faixa de tempo de prova (a cada 15 minutos). Dá para ter uma boa noção de como as medalhas por tempo contam, pois há sub-pirâmides dentro da pirâmide geral de acordo justamente com os limites para se receber cada uma das medalhas.
Medalhas por baia de largada
Em geral, as baias de largada representam muito bem a qualidade técnica dos corredores. Ou seja: quem larga na baia A o fez porque conseguiu se qualificar com um tempo fantástico de maratona e, portanto, tende a fechar a Comrades com um tempo melhor. As medalhas comprovam isso:
O que isso tudo significa?
Bom… o óbvio, claro. Quer um tempo bom? Se lasque de treinar, consiga o melhor qualify possível e seja feliz. Verdade seja dita, não são necessários gráficos e estatísticas para se concluir isso, né?
Mas, ainda assim, é sempre divertido interpretar o suor pelos números que ele gera.
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