Segundas, quartas e sextas pela manhã, natação; às noites, corrida que transforma o esporte em modal de transporte.
Terças e quintas de madrugada, ciclismo com eventuais treinos de transição.
Sábados, longos de 4 ou 5 horas no pedal ou simulados que incluam nadar, pedalar, correr.
Pode parecer muita coisa – e de fato é, a julgar pelo TrainingPeaks que sempre denuncia 12, 14, 16 horas de treino semanal. Mas muita coisa é algo sempre relativo.
Quando o “muita coisa” vira rotina, se transforma no novo normal. E um “normal” esculpido com tanta endorfina dificilmente é problemático.
Como reclamar por acordar cortando a lâmina da água com braçadas lisas, suaves? Ou de ver o sol nascer com o vento soprando na cara enquanto as pernas giram pedais em alta cadência? Ou de trocar o trânsito infernal de São Paulo por uma corrida no fim do dia?
Treinar triathlon é, sem sombra de dúvidas, um troço difícil. Sim, o corpo dói quase que permanentemente; a margem de contorno para contratempos de agenda é mínima (são, afinal, 9 sessões de treino programadas por semana); o nível de disciplina e entrega exigido é inquestionável.
Mas quando o treino em si deixa de ser um sacrifício necessário para se completar uma prova tipo o Ironman e passa a ser um compilado de abençoados momentos de diversão introspectiva, tudo muda.
Nesse momento, à beira do Ohana Kahi e do 70.3 de São Paulo, mesmo com uma carga alta de treino, estou encaixado nesse novo ritmo como poucas vezes já estive.
É uma sensação sem igual.

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