Hoje cedo pedalei por encostas de vulcões, estradas costeiras e por um deserto. Virtualmente, claro. Aliás, sempre interpretei esses exercícios virtuais gamificados como uma espécie de prisão, um ‘plano b’ forçado quando as condições exteriores impedirem acesso à rua. Com tudo o que está acontecendo, o Zwift é hoje o ambiente onde me sinto mais livre: é o único que certamente não será bloqueado pelo governo em nenhum momento, afinal.
Mas as ruas, claro, ainda estão abertas aqui em São Paulo. Aproveitemo-nas, ainda que (obviamente) com todas as precauções que já se tornaram até instintivas. Pedalada feita, portanto, troquei sapatilha por tênis e saí Sumaré afora engolindo quilômetros com um sorriso permanentemente estampado no rosto.
Depois, claro, foi a hora de voltar para a realidade.
Calls e mais calls gerando decisões conservadoras de trabalho, olhos pregados na CNN e na Globonews para acompanhar o desenrolar do apocalipse, dedos correndo pelos teclados para refazer planos e projetos de clientes, tempo reservado para tomar lições a distância e brincar com as filhas.
A vida em isolamento com crianças e negócios que dependem de interação é, sem sombra de dúvidas, um desafio intenso.
Ainda estamos no quinto dia, uma sexta-feira… mas já dá para projetar uma rotina enquanto se teme pelo eventual prolongamento dela. Viver na incerteza nunca é bom.
Mas talvez seja um aprendizado importante.

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