Que tal aproveitar a quarentena para pedalar a maior montanha do mundo – dentro de casa?
Se o mundo está trancafiado dentro de quatro paredes, se ainda não temos uma ideia muito clara do que vamos fazer e quanto tempo ficaremos isolados… então nada mais útil do que arrumar algum desafio maluco (como são quaisquer ultras ou triathlons mais longos) para fazer as endorfinas se divertirem.
Se o mundo está trancafiado dentro de quatro paredes, se ainda não temos uma ideia muito clara do que vamos fazer e quanto tempo ficaremos isolados… então nada mais útil do que arrumar algum desafio maluco (como são quaisquer ultras ou triathlons mais longos) para fazer as endorfinas se divertirem.
Bom… no meu caso, ei-lo: o VEveresting, ou Virtual Everesting.
O que é o Everesting
O conceito é relativamente simples: pedalar, na mesma sessão, o equivalente à altura do Monte Everest (8.848m).
Esse desafio já existe há anos e tem inclusive um site que mantém uma espécie de hall da fama com todos os ciclistas do mundo que o completaram, seja física ou virtualmente.
Regras para o Everesting Virtual
No meu caso, por motivos óbvios, farei a tentativa virtual, o que inclui as seguintes regras:
Ganho vertical
- Ganho altimétrico acumulado deve ser de pelo menos 8.848m
- Caso chegue a 10 mil metros, o ciclista será incluso em um outro hall da fama
Sessão única
- Não há limite de duração para o Everesting – mas ele deve ser feito em uma única sessão. É permitido fazer pausas para comer, ir ao banheiro e até tirar um cochilo rápido, de menos de 2 horas – mas só.
Uma subida
- Não há limites para o tamanho da distância da subida, mas ela deve ser feita em repetições do mesmo morro ou montanha. Ou seja: se o ciclista escolher a Alpe du Zwift, subida baseada no lendário Alpe D’Huez, ele deve fazer subidas repetidas no mesmo percurso. O uso de outros percursos na tentativa de se fazer um Everesting desqualificará o ciclista.
- Não é permitido fazer loops na montanha, ainda que seja a mesma. A descida deve ser feita exatamente pela mesma estrada utilizada para a subida e, a partir daí, novas subidas devem ser iniciadas.
- As subidas devem ser completas, até o pico. Parar no meio da montanha, voltar e depois fazer a subida novamente desqualificará o Everesting.
- Não é necessário ficar sentado na bike durante as descidas. Depois de chegar ao topo e fazer a volta, o ciclista pode desmontar e comer ou descansar até que a bike chegue à base para iniciar uma nova subida.
Rolos aprovados
- Só são aceitos Everestings feitos em rolos smart, que ajustam a resistência aplicada de acordo com o percentual de inclinação de cada subida ou descida.
- É recomendado que rolos com roda (non-direct) sejam utilizados apenas em subidas com graus de inclinação de até 8%. Ainda estou esclarecendo com eles o quanto essa recomendação é obrigatória uma vez que isso me forçaria a tentar o Everesting no Epic KOM, segunda maior montanha do Zwift, ao invés da Alpe du Zwift.
Aplicativo
- Sim, há hoje uma série de apps como Zwift, Rouvy e outros no mercado. No entanto, pelo menos até agora, apenas o Zwift é aceito.
- Nele, o grau de dificuldade/ realidade deve ser colocado em 100%.
- É necessário se pesar antes e ajustar o peso no Zwift para que o calculo de watts/kg seja exato. É necessário também registrar a pesagem e submetê-la ao site que validará o Everesting.
E é isso. “Simples” assim.
Quais as rotas ideais no Zwift?
Há, claro, uma infinidade de rotas disponíveis. Mas nem todas são práticas: quanto mais íngreme a rota, menos km se consegue pedalar para completar o desafio.
Nesse aspecto, portanto, a ideal é o Alpe du Zwift, com seus mais de mil metros de altimetria em cerca de 12km. Mas, até por conta do rolo que uso, eu talvez precise optar por outra.
O Zwift Insider fez uma matéria em que listou os diferentes tipos de rota que podem ser feitas (e quantas vezes se deve subir suas montanhas). As opções são:
Percurso | Qtd. Subidas | Distância/ subida | Altimetria | Inclinação média |
Alpe du Zwift | 8,5 | 12,22km | 1.036m | 8% |
Watopia Epic KOM Forward (sem a torre da Antena) | 19 | 9,41km | 364m | 4% |
Watopia Epic KOM Reverse (sem a torre da Antena) | 20,1 | 6,19km | 365m | 6% |
Innsbruck KOM Forward | 22,1 | 7,43km | 400m | 5% |
Innsbruck KOM Reverse | 22,3 | 5,73km | 396m | 7% |
London, Leith Hill | 65,9 | 1,95km | 134m | 7% |
London, Keith Hill | 38,7 | 4,21km | 221m | 5% |
Tabela de subidas do Zwift; as altimetrias foram calculados comparando ponto mais baixo ao mais alto, mas algumas subidas têm trechos de descida ao longo dos caminhos (o que pode fazer a altimetria final ser um pouco mais elevada)
Quando devo fazer minha tentativa?
Sábado, 2 de maio, em horário ainda a definir. O plano é iniciar bem cedo e deixar o Zwift em uma tela e o Zoom ou Google Meet aberto em uma outra tela para que amigos (ou qualquer outro humano) possa entrar para dar uma força moral.
Ainda iniciarei os preparos logísticos (como a compra de um ventilador para aliviar o suor que despenca do corpo quando pedalamos no rolo e litros de água e Gatorade para me manter… digamos… inteiro), mas o grosso já está relativamente posto.
Sensacional!
Mais perto mande os detalhes de como acompanhar. Abs
Cara… é bom ter uma meta qualquer para seguir durante esses tempos, viu…