Definido o desafio, restava saber qual o percurso eu escolheria para o everesting. As escolhas, relembrando, eram essas:
Percurso | Qtd. Subidas | Distância/ subida | Altimetria | Inclinação média |
Alpe du Zwift | 8,5 | 12,22km | 1.036m | 8% |
Watopia Epic KOM Forward (sem a torre da Antena) | 19 | 9,41km | 364m | 4% |
Watopia Epic KOM Reverse (sem a torre da Antena) | 20,1 | 6,19km | 365m | 6% |
Innsbruck KOM Forward | 22,1 | 7,43km | 400m | 5% |
Innsbruck KOM Reverse | 22,3 | 5,73km | 396m | 7% |
London, Leith Hill | 65,9 | 1,95km | 134m | 7% |
London, Keith Hill | 38,7 | 4,21km | 221m | 5% |
Tabela de subidas do Zwift; as altimetrias foram calculados comparando ponto mais baixo ao mais alto, mas algumas subidas têm trechos de descida ao longo dos caminhos (o que pode fazer a altimetria final ser um pouco mais elevada)
O que faz uma escolha ideal?
Olhando apenas a quantidade de subidas e quilometragem, a dedução é óbvia: o Alpe du Zwift. 8 voltas e meia, por mais intensas que sejam, tem menos idas e vindas do que, por exemplo, as 66 de Leith Hill.
Mas – e esse é um “mas” importante – escrevi para a organização perguntando sobre restrições ao tipo de rolo que tenho. Explico: dentro do universo de rolos smart (aqueles que reconhecem a altimetria de games como o Zwift e aplicam a resistência equivalente aos graus de subida e descida na bike), há os direct drive e os non-direct drive.
Os direct drive são aqueles em que se precisa remover totalmente a roda traseira da bike e e encaixar o quadro no equipamento – como na imagem abaixo. Rolos assim são 100% confiáveis e, portanto, aptos a rodar em qualquer percurso.

O meu rolo é um non-direct drive – esse, abaixo:

O problema dele? Em percursos com inclinação alta demais a roda pode escorregar levemente, o que acaba alterando o resultado.
E é exatamente por esse motivo que, de acordo com a organização do Everesting, o meu rolo não pode ser utilizado para fazer o Everesting no Alpe du Zwift, que tem grau médio de 8% de inclinação.
A própria organização, no entanto, me recomendou outro percurso: o Epic KOM Reverse.
Epic KOM Reverse
Sua subida é praticamente metade do Alpe du Zwift, com 6,19km de extensão – mas o grau médio de inclinação não é tão menor.

Por que isso importa? Se o grau de inclinação for pequeno demais, será necessário pedalar por centenas de quilômetros até se chegar aos 8.848m de subida. E assim…. há uma diferença óbvia entre pedalar por 100, 200 e 300km, independente da altura total a ser atingida.
No caso da Epic KOM Reverse, serão necessárias 20,1 subidas (e descidas, claro).
O ponto positivo: com inclinação e duração menor até se chegar ao cume, as pernas se cansam menos. O negativo: diferentemente do Alpe du Zwift, a descida não é 100% descida: ela inclui alguns trechos com subida em que se precisa efetivamente pedalar. E por que isso é negativo?
Pelas regras do Everesting virtual, é permitido sair da bike durante a descida para se alongar, comer ou fazer qualquer coisa (enquanto a bike permanece descendo em sintonia com a força da gravidade virtual). Mas, claro, se ao se sair da bike ela eventualmente parará em alguma subida, então é necessário ficar em cima dela atééééé a base.
Claro: desde que não se finalize a sessão, é sempre possível tirar uma pausa a qualquer momento. Mas fazer isso enquanto a bike continua girando seria um óbvio ganho de performance.
Enfim: faz-se o que se pode fazer.
A distância total a ser percorrida
Considerando esses trechos de subida durante as descidas – que, claro, somam altimetria – o total acumulado de desnível positivo na montanha inteira é de, aproximadamente, 440m (em seus 12,4km). A partir daí é só fazer as contas: para se chegar aos 8.848m será necessário pedalar por 249,24km.
Eis, portanto, o percurso: 8.848m conquistados em 249,24km de pedal vencendo, aproximadamente, 20 vezes a mesma montanha.
Ainda bem que a vista virtual, por assim dizer, é belíssima 🙂
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